Celebrações e Feriados no Antigo Egito

Os egípcios amavam a vida e a santificavam em grande medida, sem rival para nenhum outro povo no mundo. Eles celebravam feriados, dedicando um feriado especial a cada fenômeno, tanto em sua primeira vida quanto na vida após a morte. Heródoto afirmou em seus escritos que os egípcios inventaram os feriados e que o Egito foi o criador do conceito de feriado em todo o mundo. Havia muitos feriados, alguns ligados aos calendários astronômico e lunar, aos céus e aos deuses. Havia outros feriados seculares, incluindo feriados nacionais, locais, sazonais, políticos, religiosos e funerários. Os feriados eram registrados em templos e salões de celebração, escritos em papiro e armazenados nas bibliotecas dos templos.

A seguir, vamos aprender sobre alguns festivais importantes

Ano Novo

O Ano Novo é um dos feriados mais famosos do antigo Egito. De acordo com o antigo calendário egípcio, era comemorado em setembro de cada ano. Este mês também marcava o fim de um ano e o início de um novo, começando no dia 11 do mesmo mês. Uma das celebrações era sair à rua segurando folhas de palmeira. Os antigos egípcios consideravam as folhas verdes de palmeira um símbolo do início do ano, pois representam a renovação da vida. Elas emergiam do coração da palmeira, simbolizando seu crescimento contínuo. Eles buscavam bênçãos delas, fazendo tranças decorativas com elas, pendurando-as nas portas de suas casas e distribuindo seus frutos secos como esmola às almas de seus mortos. Além disso, faziam bolos e tortas, considerados entre os costumes e tradições mais antigos que surgiram com a celebração de feriados no antigo Egito, especialmente o Ano Novo. Com o tempo, elas se tornaram uma característica dos feriados, e as tortas eram decoradas com inscrições e amuletos religiosos. Durante o Império Novo, o Ano Novo assumiu um caráter secular e popular, com sua própria alegria e felicidade. A maneira egípcia de celebrá-lo começou com a fabricação de bolos, chamados de “qirs” (discos). Na fé egípcia, ele está ligado ao disco solar, um dos aspectos sagrados do universo.

O Festival do Belo Vale

O Festival de Opet estava entre os festivais mais importantes do antigo Egito. Era conhecido como o Festival do Belo Vale, e cenas dele eram retratadas nas paredes do Templo de Luxor. Todos os anos, o deus Amon-Rá deixava seu templo em Karnak para visitar sua esposa, a deusa Mut, no Templo de Luxor. O rei liderava essa majestosa procissão, transferindo a vitalidade e o poder do deus para ele, para que pudesse governar o país e seu povo. O Festival de Opet, ou Festival do Belo Vale, era realizado para homenagear os mortos. A Tríade Tebana, composta pelo deus Amon, sua esposa, a deusa Mut, e seu filho, o deus Khonsu, partia em seus barcos sagrados em uma grande procissão até a Cisjordânia para visitar os templos funerários dos reis mortos e seus túmulos na Necrópole Tebana Ocidental. O povo de Tebas oferecia oferendas, sacrifícios e flores aos barcos da tríade sagrada. Eles pegavam flores cheias do perfume dos deuses e as colocavam nos túmulos de seus parentes como uma expressão de respeito, acreditando que isso os aproximaria do deus.

Festa da Lealdade ao Nilo ou Festa da União

A Festa da Lealdade ao Nilo é um dos feriados mais famosos e amados do antigo Egito. No primeiro dia do mês de Tut, todos os anos, os egípcios celebravam a Festa da Lealdade ao Nilo, marcando o rejuvenescimento dos campos e a inundação do Nilo, trazendo prosperidade e felicidade à terra. Os egípcios acreditavam que a renovação anual do Nilo era uma razão para a renovação de todos os poderes inerentes à estátua do deus através do contato com o disco solar. Por isso, esta festa era conhecida como a Festa da União com o Disco Solar. Os rituais desta festa começavam ao amanhecer, com a preparação de oferendas de alimentos. Uma procissão de carregadores de alimentos seguia para a sala de oferendas e, em seguida, para a sala de coleta de oferendas. A procissão então subia para o telhado do templo. No telhado do templo, as oferendas eram queimadas como um sacrifício ao deus.

Festa do Belo Encontro

Conhecida como a Festa do Casamento Sagrado, a estátua da deusa Hator, deusa do amor, da maternidade, da beleza e da música, era transportada todos os anos de seu templo em Dendera em uma grande procissão liderada pelo governante da cidade para passar um tempo com seu marido, o deus Hórus, em Edfu. Hator zarpava em um barco e, antes de chegar a Edfu, seu marido, o deus Hórus, a encontrava com alguns sacerdotes. Ele então a acompanhava até Edfu e, em seguida, ao templo. Pela manhã, os rituais cerimoniais começavam e ela retornava a Dendera. Cenas dessa celebração são retratadas nas paredes do Templo de Edfu. A estadia de Hator em Edfu representava grande alegria. O propósito desses rituais religiosos era provocar um dilúvio, trazendo prosperidade e crescimento à terra. O encontro anual entre Hator e Hórus anunciava o início da fertilidade e das inundações na terra.

Festival de Sed (Dia da Ascensão do Rei ao Trono)

O festival de Sed (hebraico: Sed) era a celebração mais importante da realeza no antigo Egito, com o objetivo de renovar o poder do rei reinante. Sua origem remonta aos tempos pré-dinásticos e durou até o Período Ptolomaico, celebrando a continuidade do governo do faraó. O festival começava durante o mês de Choiak, o quarto mês da temporada de inundações. Alguns reis construíram um novo templo dedicado a esse propósito, enquanto outros reconstruíram um salão de festivais em um templo já existente. Os rituais representavam um enterro simbólico do antigo rei e uma nova coroação para continuar a reinar como um novo rei.

Festival de Bastet

Dedicado à deusa felina Bastet, Heródoto afirma que o Festival de Bastet era o mais elaborado e popular do Egito; as mulheres, neste dia, eram libertadas de todas as restrições durante o festival. Esta celebração também tinha a ver com fertilidade e era um momento de alegria e celebração irrestritas. Música e dança eram o foco das festividades, enchendo o ar com uma energia vibrante e contagiante. Músicos, cantores e dançarinos de todo o Egito se reuniam em Bubastis, exibindo suas habilidades e talentos. As ruas se enchiam com o som de tambores, flautas, liras e sistros, acompanhando os movimentos habilidosos dos dançarinos, que usavam trajes coloridos decorados com motivos simbólicos.

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